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Como anda a inclusão digital no Brasil? Desafios e perspectivas

Inclusão digital no Brasil: nossos desafios e perspectivas

O dia 17 de maio chega com uma reflexão sobre a inclusão digital e o que os países estão fazendo para garantir que mais pessoas possam ter acesso à internet. A data foi escolhida em 2005 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para debater e estimular a inclusão digital.

Há mais de 150 anos este dia é celebrado, e marca também a criação da União Internacional das Telecomunicações, em 1865. Hoje a UIT já conta com 175 países-membros em prol de incentivar as práticas que promovem a conexão entre as pessoas de todos os cantos do mundo.

 

A importância da inclusão digital

A comunicação e a liberdade de expressão são direitos garantidos segundo o Artigo 5º da Constituição. Atualmente, a internet é o principal meio para garantir que as informações cheguem a todos os lugares, para que todos que tenham acesso e possam expandir os seus conhecimentos sobre determinados assuntos. 

Ela permite a coleta de informações para a criação de um senso crítico individual e amplo, derrubando muros que ainda existem, como alguns fatores sociais e culturais.

O ambiente digital expande os locais em que o usuário pode exercer a sua cidadania, já que é possível chegar a qualquer lugar do mundo com apenas alguns cliques. 

A internet é muito mais do que um emaranhado de cabos, ela é um dos mercados que mais movimenta dinheiro atualmente e é considerada a maior sala de aula do mundo. 

Mas como fazer dela um instrumento universal em um país em que a inclusão digital ainda é um desafio?

 

O acesso à internet mundo afora

Alguns países estão bem mais a frente do Brasil quando se trata de inclusão digital. E quem diz isso é o resultado da pesquisa realizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), que você pode conferir clicando aqui.

Esse ranking é dividido em quatro categorias: avaliabilidade, precificação, relevância e facilidade de acesso. No ranking geral, o Brasil ocupa o 31º lugar da lista, o que não parece tão ruim. Mas basta olhar a situação de outros países para entender as razões de estarmos longe de uma classificação considerada positiva.

Os três primeiros países da lista são Suécia, Singapura e Estados Unidos. Isso significa que lá a qualidade do acesso é igual e de acordo com a estrutura. O custo é acessível e compatível com o poder financeiro de aquisição dos cidadãos e o mercado de ofertas é competitivo. 

A relevância calcula o acesso a conteúdos de acordo com o idioma local. E a facilidade garante que as pessoas tenham habilidade para usar, regulamentação por parte do governos e incentivos para que a aceitabilidade cultural seja maior.

Apesar disso, ainda há 8 países onde o acesso à internet é censurado. Na Coreia do Norte, a internet está sob o domínio do governo e apenas 4% da população tem acesso. 
Em Myanmar, o acesso à informação é controlado, com foco em censurar conteúdos sobre a violação dos direitos humanos. 
Em Cuba, somente é possível se conectar através de pontos de acesso pré-definidos pelo governo e só quem é a favor pode fazer upload de conteúdo. 
Na Arábia Saudita, por questões religiosas e de incentivo a submissão do papel feminino, mais de 400 mil sites são bloqueados para evitar debates e lutas por igualdade. 
Na Síria, Tunísia e Vietnã, onde tudo passa pelos seus respectivos governos, as pessoas não podem publicar conteúdo que não seja favorável, e todos os dados de acesso são registrados pelo governo. Na China, o regime comunista proíbe o acesso a determinados conteúdos e histórias de alguns acontecimentos, favorecendo a propaganda do Partido Comunista.

 

Os desafios para o Brasil

No ranking geral, o Brasil ainda está atrás de países como o Chile. É possível que a inclusão digital encontre obstáculos na extensão territorial e em divergências políticas, que podem atrasar a chegada do acesso a todos os cantos do país. 

Apesar de já possuir uma regulamentação, o Marco Civil da Internet, o país ainda enfrenta desafios na hora de fazê-lo ser cumprido, além de esbarrar na censura de conteúdo. Isso vai contra o Artigo 5º da Constituição e contra os acordos firmados após o fim da ditadura de 64.

Além disso, as taxas de analfabetismo funcional no país ainda são grandes. Estima-se que 3 em cada 10 brasileiros consigam decodificar as palavras, mas não são capazes de interpretar textos de forma crítica e lógica. Isso equivale a quase 40 milhões de pessoas, onde 29% estão na faixa etária de 15 a 64 anos. 

Nos quesitos culturais, o acesso à internet ainda enfrenta outras barreiras no Brasil. Em comparação com países desenvolvidos, onde mais de 80% das residências possui internet, no Brasil a taxa se manteve acima dos 55% entre 2013 e 2015. Além disso, mais de 17% dos domicílios com acesso à internet não possuem um microcomputador, concentrando a conexão em dispositivos móveis, como celulares e tablets. O Amapá é o estado que lidera a lista, em que 97% das casas possui pelo menos um celular com acesso à internet.

Escolaridade e renda são outros fatores que também influenciam na inclusão digital. Na pesquisa realizada pelo IBGE entre 2013 e 2015, apenas 32% da população que recebe até ¼ do salário mínimo acessou a internet pelo menos uma vez, em comparação aos 92% daqueles com a renda de mais de 10 salários mínimos. 

Quanto mais tempo de escola, maior é o índice de inclusão. Apenas 7% das pessoas com até um ano de estudos acessou a internet, enquanto 92% com mais de 15 anos de estudo acessam frequentemente.

Por aqui, o desafio da inclusão digital ainda precisa da ajuda do governo, das empresas e da sociedade para ser vencido. A exemplo de países nas primeiras posições na lista, investir em educação, estrutura e oportunidades para ingresso no mercado de trabalho é o que pode garantir que a inclusão digital seja uma realidade para cada vez mais pessoas.

 

Levando em conta que o smartphone e outros aparelhos móveis são responsáveis por grande parte do acesso à internet, temos uma dica para você que quer aproveitar as redes para aprender novos idiomas. 

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